segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Plano de ação: livre-se das dívidas do cartão de crédito

Os juros do cartão de crédito estão entre os maiores praticados no mercado. Quando não é possível pagar uma fatura, as empresas oferecem o pagamento da parcela mínima dos débitos, algo em torno de 20% do valor total da dívida. Mas com os juros altos, entrar nessa dívida não é recomendável.

1º Passo - Pare de comprar com o cartão.
É importante impedir que a bola de neve role ladeira abaixo e atropele seu orçamento doméstico. Se o seu cartão não é utilizado para as despesas essenciais, você deve controlar seus impulsos e deixá-lo de lado até regularizar a sua situação.

Mas se você necessita do cartão para conseguir cumprir com seus compromissos financeiros do mês, a situação é mais complicada. Neste caso, você terá que rever as finanças, adaptando os gastos a sua realidade.

Um bom começo é colocar todas as suas despesas numa planilha para você saber exatamente o quanto gasta. Essa é uma boa maneira de ver para onde seu dinheiro vai e de onde ele poderá ser remanejado.

2º Passo - Avalie quando você poderá pagar integralmente a fatura
Se o seu problema é passageiro e deve ser resolvido no próximo mês, basta você deixar de gastar no cartão por algum tempo, pedir o parcelamento da dívida para a administradora e seguir com sua rotina reformulada, sem contar tanto com a presença do cartão nas horas de passeio pelo shopping (é sempre bom evitar que o problema aconteça novamente).
Mas se você não vê perspectivas em seu orçamento mensal para pagar a fatura integral pelos próximos três meses, é melhor você cancelar o cartão. Rolar a dívida por mais que este período pode deixá-la fora do controle e complicar seu problema.

Para cancelar o cartão e não ter problemas mais tarde, envie o pedido por escrito. Mesmo que o seu pedido seja aceito por telefone, é importante mandar uma carta (com pedido de confiramção de recebimento e guardando uma cópia), que servirá de prova caso ocorra qualquer problema.

3º Passo - Com o cartão cancelado, é hora de negociar a dívida
Agora que a dívida foi estancada, é hora de eliminar o problema de vez de sua vida. Para isso, existem várias maneiras:

Pagamento integral – se você possui algum bem que possa de desfazer ou tem algum dinheiro para receber (como restituição do IR, adiantamento das férias, PIS, ou qualquer outra renda) esta é uma opção neste momento. Com dinheiro na mão, você poderá negociar com a administradora do cartão de crédito um desconto.

Cuidado apenas na hora de adquirir o dinheiro vivo para pagar o seu débito: nunca peça dinheiro emprestado a agiotas, pois seu problema apenas mudará de mão e pode adquirir proporções maiores ainda.

Pedir um empréstimo ao banco nem sempre é desvantajoso. Casos como funcionários públicos, que obtêm empréstimos a juros menores que os de mercado em bancos públicos, aposentados, pessoas que possam dar o carro como garantia do empréstimo (refinanciamento) têm vantagens em relação aos juros cobrados pelas administradoras de cartões, mas fora dessas ocasiões, é preciso pesquisar bastante as taxas cobradas pelos bancos.

O melhor mesmo é não adquirir uma dívida para pagar outra. Portanto, analise bem antes de pedir um empréstimo.

Antes de fechar o acordo de pagamento com a administradora, siga a dica do consultor financeiro Cláudio Boriola, que recomenda nunca fechar a negociação no escritório da administradora. Leve a papelada para casa e analise o seu contrato.

“Quando a pessoa está devendo, ela se sente intimidada e acaba aceitando qualquer coisa que a administradora oferece”, lembra o consultor.

Pagamento parcelado – você não possui nenhum bem que possa ser vendido e precisa pagar aos poucos a dívida. Agora é hora de negociar com a administradora de cartões de crédito a melhor maneira para você se livrar deste débito.

A mesma dica dada por Boriola serve neste caso: não feche acordos no escritório e não aceite as formas de pagamento impostas pelas administradoras. “Se eles oferecerem o parcelamento em seis vezes, peça em 18, para quem sabe chegar a um meio termo, como 12 vezes”, recomenda o consultor.

Além das parcelas, é primordial prestar atenção no valor que será cobrado pela sua dívida. As administradoras só podem cobrar o valor real da dívida acrescido de multa de 2% mais juros de mora 1% ao mês, além da correção monetária.

A multa, que deve ser cobrada uma única vez, muitas vezes acaba sendo de até 20% e o consumidor acaba engolindo o valor por não prestar atenção ao acordo. Os juros de mora aumentarão a cada mês que o você mantiver a dívida pendente, pois são taxas referentes ao atraso do pagamento.

Se o seu contrato previr alguma taxa de cobrança ou honorários de advogado, denuncie a operadora a um órgão de defesa do consumidor, pois cláusulas desse tipo são abusivas, portanto, ilegais.

Leve o acordo para casa e analise se você vai conseguir encaixar as parcelas no seu orçamento mensal. Não vai adiantar nada para você fazer o acordo e depois não conseguir cumprir com ele.

Outra dica importante é não fornecer cheques pré-datados (nem seu nem de terceiros) para a administradora para efetuar o acordo. Você não tem obrigação de possuir cheque, portanto, não tem obrigação de fornecer na hora do acordo.

Boriola recomenda também que você peça prestações progressivas, que não apertam o seu orçamento agora e vão aumentando com o passar dos meses, dando um pouco mais de tempo para você se organizar.


Consertando erros

Você, antes mesmo de ler nosso plano de ação, fez um acordo com a administradora e não conseguiu cumpri-lo, adquirindo uma dívida ainda maior.

Calma, nem tudo está perdido! Ainda é possível resgatar seu nome da inadimplência e trazer de volta o seu sono.

Entre em contato com a administradora do cartão através de uma carta mostrando sua intenção de pagar a dívida. Você não é obrigado a pagar seu débito por intermédio de uma empresa de cobranças, mas se a sua administradora não quiser negociar diretamente com você, a cobradora terá que tratá-lo somente como uma intermediária, sem cobrar taxas de prestação de serviço pela negociação.

“Além das cobranças a mais de juros que podem ir junto da dívida, as empresas de cobrança tentam receber do consumidor 20% de honorários, gastos com telefone e correio, entre outras despesas, mas elas devem ser cobradas da administradora e não do consumidor”, avisa Boriola.

Para verificar se o valor do seu acordo está correto, é bom conferir com um advogado ou alguém de sua confiança que entenda de contabilidade e leis. Se o valor estiver errado, você pode até mesmo entrar com uma ação contra a administradora de cartões.

A partir do momento que você negociar sua divida, mais nenhuma taxa poderá ser cobrada. Caso isso não seja obedecido, você deve recorrer aos órgãos de defesa do consumidor, como Procon e Idec ou no Juizado Especial Cível, que cuida de ações que envolvam até 40 salários mínimos.

Nunca é tarde

Já faz mais de uma no que você negociou o parcelamento do débito do seu cartão e até agora não conseguiu encaixar as parcelas em seu orçamento. Não desista!

Depois de algum tempo que o seu cartão consta na lista de inadimplentes, as administradoras ficam mais flexíveis e concedem melhores descontos na negociação.

Não deixe de procurar a solução para seu problema, pois, manter o nome limpo é uma garantia nas horas de necessidade e um santo remédio para insônia

Fonte: Infomoney

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